O Mês do Orgulho é um momento para celebrar as comunidades LGBTQIA+ ao redor do mundo e continuar a luta por igualdade, equidade e justiça. Este ano, celebramos #EverydayPride, fazendo um convite à reflexão sobre como podemos criar espaços onde falar abertamente sobre quem somos e como vivenciamos a vida de formas diferentes seja parte da nossa cultura. 


 Há mais de um ano na Edelman, Richard Selestrino, Executivo de Contas Sênior para clientes de Tecnologia, conta um pouco sobre sua experiência e desafios. 


1. O que significa #Everyday Pride para você?
Um ato diário de resistência e de luta no mais amplo sentido. Ter orgulho diariamente não é algo fácil, mas traduz o quanto somos capazes de sermos resilientes e, diante do preconceito e pressões sociais, ainda conseguirmos nos enxergar cormo indivíduos e nos aceitarmos como somos e queremos ser. É ter um autoconhecimento para se ver e se entender fora dos padrões estabelecidos como “normal”.

2. Em sua opinião, aliados não LGBTQIA+ compreendem inteiramente os obstáculos enfrentados pela comunidade? Como é possível aumentar essa conscientização?
Não, totalmente, porque nada se assemelha ao entendimento de quem vivencia algo e esse entendimento pode ter variáveis mesmo dentro da comunidade. Quando pensamos nos múltiplos gêneros e sexualidades que temos, cada um sente e vive isso de uma forma. Eu, por exemplo, não tenho a vivência e a dor de uma pessoa trans, mas me considero um aliado dessa causa. Os aliados, sejam na causa LGBT+ ou na luta contra o racismo, machismo, capacitismo etc.; são importantes para fazer ecoar a batalha contra o preconceito, discriminação e a luta por direitos.

3. Você pode compartilhar algum exemplo positivo de práticas no ambiente de trabalho que realmente apoie os colaboradores LGBTQIA+?
Os grupos ou comitês de diversidade como os que temos na Edelman são excelentes iniciativas, principalmente, quando liderados por pessoas da comunidade, não apenas quando falamos de LGBT+ como quando falamos de racismo e outros temas também. Ter um quadro de colaboradores diverso também facilita essa compreensão.

4. Diga algo sobre o Mês do Orgulho que te traga felicidade. Tem algum evento ou atividade que você esteja planejando participar esse ano?
Eu gosto de ir à Feira Cultural da Diversidade LGBT+, um evento que acontece todos os anos e oferece uma plataforma gratuita para empreendedores e artistas LGBT+ apresentarem seus produtos, serviços e talentos para um público amplo e diversificado. Mas neste período o que mais me toca mesmo é poder ver/ler histórias de vida. Dia desses, estava lendo sobre um casal que estava junto há 30 anos, pelo menos, e a publicação trazia uma foto de quando se conheceram e como estão agora. Não sou a pessoa mais romântica do mundo, mas relatos como esses trazem esperança e, acima de tudo, descontroem o discurso de que união entre pessoas do mesmo sexo é errado. Como pode ser errado, se existe amor? 

5. Como você celebra sua identidade diariamente?
Como pessoa LGBT+, como homem negro, a minha identidade é algo que está sempre em construção, mas me orgulho de quem eu sou agora, porque vejo beleza, garra e determinação.  Vou comemorando um pouco a cada degrau que subo ou lugar que piso, pois, sempre haverá uma história de resistência por trás disso tudo.

6. Qual conselho você daria para jovens da comunidade que estão começando sua carreira?
Estudem, se preparem, busquem oportunidades e, sobretudo, acreditem nos seus sonhos, perseverem e não desistam, mesmo diante dos “Nãos” no caminho. Ao invés de desanimar, use-os como impulso e motivação para lutar para chegar aonde quer.