CONFIANÇA NO SETOR DE SAÚDE
Dados do Edelman Trust Barometer 2022. O estudo ouviu mais de 36 mil entrevistados em 28 países (1.150 no Brasil), com trabalho de campo de 1 a 24 de novembro de 2021.
RELATÓRIO ESPECIAL CONFIANÇA E O SETOR DE SAÚDE
A confiança é determinante na saúde, sendo essencial tanto para decisões públicas quanto individuais. No segundo ano desde o início da pandemia de Covid-19, a crescente politização da saúde pública e a constante infodemia em relação ao vírus, tratamentos e vacinas têm minado a confiança nos sistemas de saúde no mundo, levando a desigualdades de acesso a cuidados e no avanço no combate à pandemia.
Como especialistas em confiança, avaliamos a evolução, impulsionada pela pandemia, da opinião das pessoas sobre os sistemas de saúde.
A pesquisa ouviu 10 mil respondentes em 10 países (1.000 por país): Alemanha, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão, México, Nigéria e Reino Unido. Conheça os principais achados do relatório global:
- Apenas 1 em cada 2 respondentes consomem informação sobre saúde regularmente: 50% afirmam consumir informação semanalmente ou mais.
- Queda na autoconfiança para tomar decisões em relação a saúde: hoje, 61% dos respondentes afirmam confiar em suas habilidades para tomar decisões, para si mesmos ou para suas famílias, baseadas em informação, quando o assunto é saúde. Esse número representa uma queda de 10 pontos em relação a janeiro de 2017.
- Empresas do setor devem construir confiança no ecossistema de saúde: 71% dizem considerar importante, para ganhar ou manter suas confianças, que empresas do setor de saúde também construam e mantenham confiança no setor de saúde de seus países.
- Confiança influencia o comportamento das pessoas na hora de se cuidar: entre aqueles que têm baixa confiança no ecossistema de saúde, apenas 61% estão completamente vacinados vs. 82% dos respondentes que têm níveis altos de confiança nesses ecossistemas. Além disso, aqueles com baixa confiança são menos propensos a terem cuidados preventivos (como terem feito exames de rotina no último ano) do que aqueles com altos níveis de confiança (47% vs. 66%, respectivamente).
- A maioria das pessoas se preocupa com a politização da ciência: 55% dos respondentes afirmam se preocupar que a ciência médica esteja se tornando politizada ou que estejam sendo usada como apoio a uma agenda política específica.
- A pandemia resultou em menos confiança no sistema de saúde: 52% dos entrevistados afirmam que a pandemia diminuiu sua confiança de que o sistema de saúde está preparado para lidar com grandes crises sanitárias.
- A maioria dos funcionários espera que suas empresas desempenhem um papel relevante em cuidados com a saúde: 78% afirmam esperar que seus empregadores desempenhem um papel relevante em garantir cuidados com a saúde, como criar um ambiente de trabalho saudável (68%), implementar políticas de saúde (66%), oferecer incentivos e informação em relação a saúde (62%) e oferecer suporte em cuidados com a saúde mental e prevenir burnouts (47%)
- Autoridades da saúde e “meu empregador” são as fontes mais confiáveis: ao cruzar duas vezes com uma informação de autoridades nacionais da saúde ou do “meu empregador”, a maioria das pessoas tendem a automaticamente acreditar que ela é verdadeira vs. comunicações que venham de feeds nas redes sociais ou grandes corporações.
- Informação de qualidade e custo empatadas como barreiras para cuidados com a saúde: 65% dos entrevistados afirmam que existe um gap entre “o quão bem eu me cuido” vs. “o quão bem eu deveria me cuidar”. Dos 65%, 50% atribuem esse gap a custos (opções saudáveis custam muito mais ou não podem bancar bons tratamentos e cuidados com a saúde) e 47% atribuem a falta de informação de qualidade (conselhos contraditórios de especialistas, mudanças nas recomendações de saúde).
“A pandemia demonstrou grande necessidade de as empresas do setor de saúde promoverem informações de confiança. Em especial nesse tema, o setor é essencial no combate à desinformação e as empresas devem assumir esse papel com seus públicos internos e externos” – Camila Anauate, Diretora de Clientes de Consumo na Edelman Brasil.
RECOMENDAÇÕES
Quebre a barreira da informação
Onde há menos confiança, utilize vozes locais/mais próximas; entre aqueles com mais confiança, amplifique vozes de especialistas.
Construa confiança em todo o ecossistema de saúde
Quando a confiança no governo falha, outras instituições devem exercer um papel maior em construir confiança diante da evolução das medidas de saúde pública.
Assuma o papel do empregador para gerar impacto no setor
Promova informações claras e confiáveis e crie políticas e incentivos de saúde que sejam inclusivos.
Prepare-se para a próxima crise de saúde pública
Para construir resiliência, organizações de saúde devem agir para reduzir inequidades no acesso à saúde.