A tecnologia está inserida em diversas áreas de nossas vidas e seu avanço nos últimos anos – da computação em nuvem à Internet das Coisas, Inteligência Artificial e o Metaverso – tem levado à inovação nos mais diversos aspectos, em escala global. Por outro lado, o uso indevido de dados, preocupações em torno de automação do trabalho e a constante propagação de notícias falsas são alguns dos desafios que o setor enfrenta, especialmente em um cenário de tensões sociais e políticas.  

No Brasil, seguindo a tendência global, enquanto a confiança no setor permanece alta, as expectativas de que os CEOs sejam a face da mudança e falem publicamente sobre questões sociais e políticas que afetam seus stakeholders acendem um alerta para empresas do setor.  

O Edelman Trust Barometer 2022 ouviu mais de 36 mil entrevistados em 28 países (1.150 no Brasil), com trabalho de campo de 1 a 24 de novembro de 2021. Os achados a seguir fazem parte do recorte de tecnologia do estudo.  

PRINCIPAIS ACHADOS 

  • Tecnologia permanece como o setor mais confiado entre os brasileiros:  80% afirmam confiar no setor, um aumento de 5 pontos em relação ao ano anterior. A média global é de 74% de confiança, também ocupando o primeiro lugar entre os setores mais confiados.  

  • Globalmente, 5G e Internet das Coisas são agora setores confiados: 62% e 60% dos respondentes, respectivamente, confiam. Inteligência Artificial (59%) e Realidade Virtual (54%) permanecem no patamar de neutralidade.  

  • Preocupações com privacidade de dados: globalmente, 40% dos respondentes afirmam que poder confiar em uma empresa é mais importante hoje do que era no passado. O uso ético de dados e proteção dos dados contra ataques hackers é motivo de preocupação para 56% das pessoas. No Brasil, 81% se preocupam com hackers, ciberataques e ciberterrorismo.  

  • Preocupações com fake news: 81% dos brasileiros temem que informações falsas sejam usadas como arma.  

  • CEOs têm um papel essencial para construção de confiança: Globalmente, 84% dos profissionais de tecnologia confiam em seus empregadores e 70% afirmam escolher uma empresa para trabalhar com base em crenças e valores. Ao considerar um emprego, 68% esperam que os CEOs falem publicamente sobre questões sociais e políticas que consideram importantes.  

  • Cresce a pressão sobre as empresas em relação a seu papel social: enquanto os Governos não são vistos como capazes de liderar soluções para os problemas da sociedade (apenas 35% dos brasileiros acreditam em sua capacidade), cresce a pressão sobre as Empresas para que liderem questões sociais altamente diversas. Para os brasileiros, as Empresas não estão fazendo o suficiente em relação à desigualdade econômica (61%), mudanças climáticas (60%), acesso à saúde (56%), requalificação profissional (57%), informação de credibilidade (51%) e injustiças sistêmicas (50%). 

“Estamos em um ano de muitas tensões sociais e políticas no Brasil. As empresas de tecnologia têm um papel essencial em relação à transparência, combate à desinformação e privacidade de dados e esse é um compromisso que deve ser considerado de dentro para fora em todas as organizações” – Gabriel Guimarães, Diretor de Clientes de Tecnologia e Inovação  

RECOMENDAÇÕES  

O papel social das empresas veio para ficar

As pessoas querem mais liderança das empresas.

Mostrar avanços tangíveis

Restaurar a crença na capacidade da sociedade de criar um futuro melhor – mostrar que o sistema funciona. 

A liderança deve focar o pensamento de longo prazo

Soluções ao invés de divisões; pensamento de longo prazo ao invés de ganhos de curto prazo.  

Cada instituição deve prover informações de credibilidade

Informações claras, consistentes e baseadas em fatos são cruciais para romper o círculo de desconfiança.