O relatório especial Edelman Trust Barometer 2021: Mundo em Trauma, com trabalho de campo realizado em maio de 2021, revelou que o “Meu Empregador” ainda era a “instituição” mais confiada no Brasil (79%) e que 89% dos empregados no país esperam que seus empregadores atuem para resolver problemas da sociedade.
A partir desse cenário, o relatório especial O Empregado Motivado por Convicção, cujo trabalho de campo foi realizado três meses depois, avalia o novo contrato empregador-empregado. O estudo revela que 58% dos brasileiros agora escolhem, deixam, evitam ou consideram empregadores com base em seus valores e crenças. Com a pandemia, salários altos, por si só, não são mais suficientes para incentivar empregados a trabalhar mais ou por mais tempo em uma empresa. Globalmente, é a primeira vez que empregados ao escolherem ou permanecerem em uma companhia são tão motivados por convicções quanto consumidores ao comprarem um produto ou serviço.
O relatório especial Edelman Trust Barometer 2021: O Empregado Motivado por Convicção entrevistou 7 mil pessoas em 7 países (Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Japão e Reino Unido), com trabalho de campo de 3 a 12 de agosto de 2021.
Pandemia eleva expectativas para confiar no empregador
Enquanto 69% dos brasileiros acreditam que aumentaram seu valor para seu empregador durante a pandemia ao assumir mais trabalho e responsabilidade, 48% dos respondentes no país acreditam que seus empregadores não estão levando questões relacionadas ao burnout tão a sério ou tomando medidas para prevenir a exaustão de seus empregados. Esse cenário já está levando a mudanças: mais de 1 em cada 10 brasileiros pedirá demissão nos próximos seis meses ou pediu no último semestre.
Dos que estão mudando de emprego, as motivações vão além de avanço na carreira ou um salário melhor.
Hoje, 53% dos brasileiros acreditam que um grande grupo de empregados exercendo forte pressão dentro de uma organização pode fazer quase qualquer coisa mudar e 86% estão dispostos a agir para gerar ou motivar mudanças urgentemente necessárias dentro de suas organizações.
Empregados agora são movidos por suas convicções
Em média, 81% dos brasileiros afirmam terem expectativas mais altas em relação a um provável empregador do que a três anos atrás e 74% têm expectativas altas em relação a impacto social, ao considerar um emprego.
Questões sociais estão impactando a relação de empregados com seus empregadores. Entre os 58% de brasileiros que escolhem, deixam, evitam ou consideram empregadores com base em seus valores e crenças, os respondentes apontam fatores como setores fundamentalmente imorais e discordância da posição da companhia em relação a questões sociais como razões para nunca trabalhar em uma companhia. Nesse ponto, 25% dos brasileiros afirmam terem deixado seus empregos em uma organização unicamente porque ela ficou em silêncio a respeito de uma questão social ou política que acreditavam que ela tinha obrigação de tratar publicamente.
Impacto compartilhado gera confiança no empregador
Brasileiros querem gerar impacto positivo e as empresas devem agir movidas por valores: 67% esperam que a organização atue de acordo com seus valores ao considerar uma vaga, mas só 45% afirmam que a organização para a qual trabalham atendem suas expectativas (diferença de 22 pontos).
Além disso, é preciso compartilhar o poder: 62% dos brasileiros esperam que a organização pare com certas práticas empresariais se contestadas por empregados, mas só 41% afirmam que a organização pra a qual trabalham atendem essa expectativa. (diferença de 21 pontos)
Comprometimento com questões relacionadas à diversidade e inclusão e ESGs também são essenciais para empregados: enquanto 78% dos brasileiros esperam que os empregados em todos os níveis da organização reflitam a diversidade dos clientes e das comunidades que atendem, apenas 59% sentem que essa expectativa é atendida pela organização em que trabalham (diferença de 19 pontos). Além disso, 89% afirmam que “é importante para mim que uma organização ofereça programas de treinamento para me ajudar a manter minha qualificação atualizada” e 32% querem sair ou saíram de seus empregos porque buscam uma organização com uma liderança melhor.
O novo pacto empregador-empregado
1) Empregados vêm em primeiro lugar
Consumidores, investidores e empregados concordam que os empregados agora são seus stakeholders mais importantes – e influentes. Atender às expectativas deles gera defesa e lealdade. Empregadores que não fazem isso correm os riscos do ativismo disruptivo e da maior rotatividade.
2) Compartilhe o poder
Os empregados sabem que agora têm mais poder e querem ter maior participação. Faça o planejamento estratégico de baixo para cima a fim de gerar mais envolvimento.
3) Posicione-se
Mais impacto social é uma forte expectativa da maioria das pessoas que procuram emprego. Centre sua estratégia de negócio e sua marca empregadora em seus compromissos acerca de questões sociais, como saúde, meio ambiente e diversidade, equidade e inclusão.
4) Qualifique sua força de trabalho
A ampliação das responsabilidades sociais não reduz a necessidade urgente de os empregadores treinarem profissionais para os trabalhos do futuro. Habilitar os trabalhadores para que prosperem na era da automação e da IA é uma vantagem competitiva e aumenta a confiança dos empregados.